Classificada em 1982 como "Imóvel de Interesse
Municipal", o "Penedo de São Simão" ergue-se na encosta junto à
cumeeira do monte fronteiro ao povoado fortificado da Idade do Ferro, conhecido
por "Castro de S. Simão".
A presente classificação reporta-se a uma sepultura
antropomórfica de configuração sub-rectangular escavada no topo de um penedo (vide
supra) granítico de grandes dimensões, de forma relativamente destacada na
paisagem e sobranceira à sua envolvência. Com cerca de um metro e noventa de
comprimento, quarenta e cinco de largura média e sessenta de profundidade, a
sepultura apresenta um rebordo com aproximadamente nove centímetros de
amplitude, possivelmente destinado à aposição de uma tampa, que a cobriria por
completo na origem, ao mesmo tempo que impediam as infiltrações das águas
pluviais.
Embora permaneça na agenda de discussões da comunidade
científica nacional, a atribuição cronológica das, geralmente, designadas por
"sepulturas antropomórficas" tem sido ultimamente enquadrada entre os
séculos VI/VII e o século XI, altura em que começaram em entrar em desuso,
apesar de algumas permanências registadas até ao dealbar de trezentos. Não
obstante, ainda são alguns os autores que persistem em balizar certos
exemplares, como no caso em epígrafe, no âmbito genérico da
"Proto-história" do Noroeste peninsular, posteriormente envoltas nas
tradicionais interpretações populares, como reflexo indirecto de um processo de
cristianização aprofundado durante a medieval-idade do actual território
português. E, neste caso concreto, a sepultura integrará a tipologia mais
recente das sepulturas antropomórficas específicas dos meados do século IX, se
aceitarmos que as mais antigas se reportarão às não antropomórficas. Em todo o
caso, haverá que sublinhar que toda esta polémica decorrerá, antes de mais, da
ausência de um contexto estratigráfico e de espólio associado,
independentemente das suas causas.
E, de facto, apesar de já serem conhecidas algumas
sepulturas com estas características no Sul do país, a realidade do terreno
parece confirmar uma tendência para a sua concentração no Norte peninsular, a
maioria das vezes perfazendo verdadeiras necrópoles, mesmo quando constituídas
por apenas dois ou três sepulcros, possivelmente correspondentes a uma mesma
comunidade, ou, até mesmo, a núcleos familiares mais alargados.
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